Bruna Marquezine acabou gerando polêmica após aparecer fantasiada de "enfermeira sexy" no Halloween 2021. Tudo aconteceu depois que a atriz postou uma foto nas suas redes sociais, no dia 2 de novembro, poucos dias após a data oficial de comemoração do Dia das Bruxas. A coisa foi tão séria que até o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) divulgou uma nota de repúdio ao ato da carioca.
É claro que o assunto dividiu opiniões na internet, já que algumas pessoas não viram ofensa alguma numa fantasia que sempre foi usada tanto no Halloween quanto no Carnaval e acabaram defendendo Bruna, enquanto outros condenaram forte a atriz. Veja alguns tweets sobre a opinião dos internautas:
Deu pra ver que, quem não gostou, ficou bastante chateado e os outros não ligaram muito ou não acharam problema nenhum na fantasia de Bruna. Mas afinal, qual é o problema com essa fantasia?
Já vimos diversos discursos sobre apropriação cultural, esse assunto já está mais do que explicado em diversos portais e canais de comunicação, mas fantasias de profissões, como enfermeira, policial, bombeiro, professor, cientista e outras são usadas de uma forma que acabam estereotipando esses grupos. Como? Com a hiperssexualização.
O fato dessas fantasias serem sempre apertadas, com velcro, curtíssimas e com características fora da realidade, só fazem com que a profissão que representam seja alvo da hiperssexualização. O principal alvo nessa dinâmica são as mulheres, que costumam ser mais representadas no comércio dessas roupas.
O comunicado feito pelo Coren fala um pouco mais sobre a problematização desse costume:
Você com certeza já entendeu que profissões não são brincadeira e que usar uma fantasia de professora, policial, enfermeira ou outras, pode ofender bastante todo um grupo. Mas quais fantasias devemos evitar além dessas? Os famosos, que também cometem erros, sabem bem quais escolhas não foram as melhores para passar o Carnaval ou Halloween, veja as piores apostas:
Anitta e Paolla Oliveira já usaram trajes bem semelhantes ao de índias para curtir o Carnaval. No entanto, esse tipo de "caracterização" é considerada racista e ofensiva. Em 2018, a campanha "índio não é fantasia" cricada para defender o povo e fazer com as pessoas parem se apropriar da cultura dos indígenas.
"Usar fantasia de índio é racismo porque discrimina nossa raça, reforça estereótipos, a hipersexualização da mulher indígena. O movimento indígena sempre sofreu com a invisibilização. Nós não somos uma fantasia. Pessoas não são fantasia, nossa cultura não é fantasia. Ela existe, nós existimos", explicou a ativista e artista Katú Mirim.
Ainda no mesmo ano, Ana Maria Braga levantou um debate ao comentar sobre a beleza dos cabelos cacheados e crespos em seu programa matinal. É que, ao contrário de chamar uma mulher que representasse estas características naturais, a apresentadora do "Mais Você" decidiu ela mesma usar uma peruca black power, sendo acusada de racismo velado.
Para ir ao anual Baile da Vogue, a influenciadora Tata Estaniecki gerou muita polêmica. Para o evento, a blogueira usou um adereço na cabeça que se assemelhava à Máscara de Flandres, objeto que, preso no rosto, impedia os escravos de se alimentarem. Alvo de críticas, ela usou seu Instagram para se retratar. "Peço desculpas se interpretaram por esse lado. Eu não quis ofender ninguém", disse, num vídeo da rede social.
Em 2013, Julianne Hough foi acusada de blackface ao pintar rosto e braços para escurecer a pele como parte de uma fantasia de Halloween inspirada na personagem Crazy Eyes, de "Orange is the New Black".
O assunto voltou à tona em 2021, enquanto a atriz tentava promover um novo programa. No Instagram, ela lamentou o episódio e refletiu: "Usar o rosto de preto foi uma escolha ruim, com base em meu próprio privilégio branco e minha tendência corporal branca. Isso machuca as pessoas e é algo que me arrependo de ter feito até hoje. Porém, o arrependimento com que vivo empalidece em comparação com as experiências vividas por tantos. Meu compromisso é refletir e agir de maneira diferente. Não perfeitamente, mas espero que com um entendimento mais desenvolvido de que o racismo e a supremacia branca são prejudiciais para TODAS as pessoas".
Em 2008, a modelo Heidi Klum usou uma fantasia de Kali, a deusa indiana da destruição, durante o Halloween. Ela foi acusada de apropriação cultural e uso de símbolos religiosos.
Mais um caso de apropriação cultura, Angélica e Juliana Paes foram algumas das famosas que já se "fantasiaram" de gueixas. Pintar o rosto de branco, "puxar" os olhos ou até mesmo alinhar os cabelos com penteado que faz parte da cultura asiática faz parte da indumentária das gueixas tradicionais, mas não deve ser confundida com uma fantasia. Isso pode ser bem ofensivo!
O Purebreak aconselha: que tal curtir as festas de Halloween ou o Carnaval com consciência e sem ofender ninguém?