Giovanna Ewbank e o marido Bruno Gagliasso chamaram atenção na mídia no final de julho, após defenderem os filhos de um ataque racista, em Portugal. A modelo e apresentadora foi alvo de ainda mais comentários, já que reagiu de forma mais "agressiva", chegando a cuspir na criminosa.
Agora, quase 5 meses após o caso, Giovanna conta como está o processo, que roda na justiça europeia, em entrevista para Patrícia Kogut, publicada na última terça-feira (20). Na ocasião, a senhora ofendeu os filhos do casal, Titi e Bless, e mais uma família de pessoas pretas que estavam em um restaurante.
Além de relembrar a violência, Ewbank comenta sobre o processo de se assumir demissexual e explica como o seu podcast, que toca em conjunto a Fernanda Paes Leme, pode ser porta para conversas importantes. Confira!
Após o ataque, a racista foi retirada do local por policiais e Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso fizeram questão de abrir um processo contra a mulher. "Houve uma audiência em novembro e haverá outra em fevereiro. Estamos fazendo acontecer. Não vamos parar", afirmou a loira, que chegou a morar em Portugal por um tempo.
O caso teve bastante repercussão pelo Brasil e ajudou a trazer à tona como racistas ainda atacam diariamente, mesmo com a criminalização do ato. "O movimento antirracista está em primeiro lugar nas nossas vidas. Na minha e na do Bruno. Todo o resto vem depois", explica Ewbank.
Na entrevista, ela também explica que foi parada em aeroporto por uma mãe e filha negras e que isso a emocionou bastante: "Essa moça ter ido falar comigo me alivia. Foi uma conquista. É importante ser vista como aliada [...] Nunca vamos abaixar a cabeça. Vamos seguir com sangue nos olhos, contra os racistas", concluiu a BFF de Bruna Marquezine.
Além de trazer debate sobre racismo, o podcast de Giovanna e Fernanda, "Quem Pode, Pod", fala sobre vários temas mais sensíveis "sem medo", como pontua a artista. Um dos momentos mais marcantes foi quando Giovanna Ewbank explicou a sua demissexualidade.
"Foi impressionante a repercussão. Eu não conhecia tanto o termo. Sempre me culpei e me cobrei por não ter tido muitos parceiros sexuais. Era uma coisa que me incomodava. 'O que eu tenho de errado?', pensava. Falava com as minhas amigas, elas contavam experiências com vários parceiros. Ficava triste porque achava que não tinha mais libido. Discutir isso fez eu me encontrar", afirma.
Ela ainda conclui, ressaltando, mais uma vez, a importância do diálogo nessas situações: "Fernanda se expõe, eu me exponho, o convidado se expõe em prol de algo maior que é levar informação para ao público. Seja através de pautas antimachismo ou de antirracismo e anti-homofobia".