É fácil perceber que Selena Gomez está com a agenda cheia. A artista recentemente liberou a nova edição comemorativa de seu álbum de sucesso "Rare" e está na expectativa para a estreia de sua série na Hulu, "Only Murders in The Building". Selena Gomez não só atua como também é a produtora executiva do trabalho.
Mesmo assim, ela arranjou tempo para sentar com a jornalista Carina Chocano, da revista americana Elle, e conversar sobre como está sua vida. A atriz falou sobre muitas coisas - desde o processo de gravação no meio da pandemia até a descoberta que sofre com o transtorno de bipolaridade. Confira os destaques da entrevista!
Os últimos anos não foram exatamente fáceis para Selena Gomez. Durante a entrevista, a artista relembra alguns dos maiores desafios que enfrentou com apenas 29 anos de vida. "A descoberta do lúpus, meu transplante de rim, fazer quimioterapia, lidar com doenças mentais, passar por términos de namoro e corações partidos de forma pública - tudo isso deveria ter me derrubado", afirma Selena.
A primeira vez que Gomez foi atrás de tratamento para sua saúde mental foi em 2014, logo após ser diagnosticada com lúpus, uma doença autoimune que pode ser bem grave. A artista lembra que, na época, jornalistas afirmavam que ela estava internada para tratar algum vício em drogas - o que estava longe de ser verdade. Alguns anos depois, em 2018, Selena Gomez recebeu o diagnóstico de bipolaridade, que acabou sendo um grande alívio para ela.
Ao longo dos anos, ela vem comentando abertamente sobre suas questões. "Falei sobre minhas batalhas com a saúde mental, eu já estive deprimida, já tive ansiedade [...] [com o diagnóstico de bipolaridade] eu senti que um grande peso saiu de mim. Eu pude respirar fundo e pensar 'ok, isso explica muita coisa", lembra.
Tudo isso foi um grande desafio, porém Selena descobre forças quando pensa que sua luta irá ajudar alguém. "'Você vai ajudar as pessoas', eu dizia a mim mesma. Isso que me fez continuar. Poderia ter tido um tempo em que eu não era forte o suficiente e que eu poderia ter feito algo para me machucar", afirma Gomez.
O pai de Selena, Ricardo Joel Gomez, tem ascendência mexicana e, por isso, já foi alvo de muito preconceito e intolerância. A artista lembra que, quando era mais jovem, a família era bem mais humilde, fazendo com que o racismo fosse mais perceptível. Ela diz que seu pai era constantemente parado por policiais enquanto dirigia, mesmo sem ter feito nada. Mas o ápice foi quando o homem foi xingado enquanto estavam em um evento.
"Uma vez estávamos em um show da Shania Twain em Dallas e alguém [que não a reconheceu] o chamou de 'wetback'", relembra. A palavra é um termo pejorativo direcionado a mexicanos que estão nos Estados Unidos ilegalmente. "Eu queria ter mostrado meu Instagram para ele", ela brinca, "mas meu pai me impediu. Não tinha nada que pudéssemos fazer. Só traria problemas para mim e não para eles. Nós seríamos expulsos do show", lamenta.
Ao se reconectar com suas heranças latinas, Selena Gomez também buscou entender as pautas dos imigrantes. Antes da última eleição presidencial americana, entre o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump - que tinha uma política agressiva contra latines, de maneira geral - a artista nunca tinha votado. Por isso, auxiliou organizações que buscam educar jovens sobre a importância de participar da eleição, já que nos Estados Unidos ninguém é obrigado a votar. Além disso, ela também ajudou a produzir o documentário da Netflix, "Living Undocumented", que fala sobre a realidade dos imigrantes.
As gravações de "Only Murders in the Building" começaram em novembro de 2020, trazendo grandes mudanças para toda a equipe, devido à pandemia da Covid-19. A artista relembra que foi um período bem estressante, já que tinham muitos cuidados a tomar e todos pareciam bem preocupados. "Todos usamos máscaras e escudos. Se eu encostasse em algo do set, eles teriam que limpar", afirma Selena Gomez.
Além disso, hábitos de higiene tiveram que ser ainda mais reforçados para cenas de beijo. "Depois de todo take, eles pediam para que eu lavasse a boca com Listerine. Tivemos uns 7 ou 10 takes assim. Queimei minha boca e fiquei com vontade de vomitar. Nunca presenciei um set como esse", diz Selena. Situações extremas, como a pandemia do coronavírus, exigem medidas extremas mesmo, né? Proteção e segurança devem vir antes de qualquer coisa.
Sofrer hate nas redes sociais parece ser algo comum entre todas as celebridades. Esse foi um dos motivos que fez com que Selena Gomez saísse das mídias, deixando seus perfis nas mãos de sua assistente. Desde 2017, a artista manda as fotos e o texto, mas deixa para a profissional subir o post. Isso foi importante porque, agora sem os aplicativos no celular, ela não passa mais horas no feed de alguém.
"Às vezes eu já estava em postagens de dois anos atrás e percebia que nem conhecia a pessoa na vida real. Agora eu me informo do jeito certo. Quando os meus amigos têm algo para me falar, eles me ligam e conversam comigo, não falam mais 'você viu meu post?'", afirma Selena Gomez que atualmente tem 253 milhões de seguidores e já foi um dos perfis mais seguidos em todo o Instagram.
O tempo off-line tem lhe ajudado a se concentrar em seu trabalho, principalmente na hora de ser criativa para escrever e produzir novas canções. E parece que vem bastante novidade por aí. Apesar de ter dito em março deste ano que poderia se aposentar da música, Selena já não pensa mais assim. "Eu não acho que vou desistir da música nunca, mas continuo sentindo que sempre tenho que provar o meu valor. Não estou dizendo que quero um Grammy, mas estou fazendo o melhor que posso e sempre recebo críticas a meu respeito". Gomez, assim como várias outras artistas, realmente merecem mais respeito!