O mundo da alta-cultura é um lugar estranhamente bonito, não é mesmo? As roupas são feitas de materiais luxuosos e a beleza delas aparecem sendo expressadas de maneira que, ao primeiro olhar, pode parecer algo muito esquisito para quem não acompanha este universo. Mas o mais bacana é que o designer é livre para buscar infinitas inspirações e fazer sua imaginação voar, atingindo os mais variados sentimentos das pessoas mais sensíveis.
Na alta-costura, as peças em si são inteiramente feitas à mão por ateliers que guardam gerações de conhecimentos e técnicas especializadas. Ela é, em suma, o mais alto nível absoluto de artesanato de vestuário alcançável e, como tal, torna-se uma celebração, manifestada por mãos capazes de transformar uma lantejoula ou pedaço de seda em uma linda obra de arte.
Com o fim da Semana de Alta Costura de Paris, reunimos algumas das principais tendências vistas nas passarelas. Acompanhe com o Purebreak!
Na Europa, a estação predominante do momento é o verão. Com isso, na Dior, Maria Grazia Chiuri flores densas e bem embaladas foram costuradas em verdes vívidos, brancos e azuis de centáurea em faixas horizontais. Na Schiaparelli, prestigiada por Anitta e outras famosas, o diretor criativo Daniel Roseberry fundiu buquês inteiros de flores em vestidos, com longas hastes subindo dos decotes para emoldurar os rostos das modelos.
Na Chanel, folhas verdejantes costuradas em lantejoulas ficaram espalhadas por um simples vestido totalmente branco, enquanto na Rahul Mishra, vários looks de tule nude chegaram cobertos de papoulas superdimensionadas e exuberantes, renderizadas com milhares de pontos. Na Valentino, flores foram espalhadas, incluindo um vestido bufante feito inteiramente de flores de tecido vermelho, e como corpete em casacos soltos masculinos.
Na Balenciaga, a estilista Demna Gvasalia foi breve, mas impactante, enviando a atriz Nicole Kidman para a passarela envolta em tecido prateado metálico. Na Valentino, a prata derretida foi cortada em um vestido longo e dividido na lateral, com detalhes em verde-azulado como cauda e cocar de penas.
Giambattista Valli criou um vestido justo com lantejoulas tão densamente compactadas, que brilhavam como um espelho, enquanto na Maison Rabih Kayrouz, um top e shorts alegremente discretos pareciam ser tricotados com fios de ouro real.
O azul está de volta como tendências! Uma cor em particular se destacou desta vez – o tom forte do International Klein Blue, inventado pelo artista francês Yves Klein. Além disso, algumas grifes trouxeram o branco e suas conotações de leveza e pureza para as passarelas depois de dois anos em meio a pandemia da covid-19.
Formas estranhas e híbridas estavam liberadas na Alta-Costura. Na Maison Margiela, o diretor criativo John Galliano apresentou uma peça de dança temática que incluía um visual repleto da teatralidade pela qual ele é famoso, enquanto na Rahul Mishra, formas exageradas douradas envolviam os modelos.