A Netflix disponibilizou a 3ª temporada de "Sex Education" no seu serviço de streaming no dia 17 de setembro. O novo ano da série contou com personagens inéditos, grandes desafios e também muito aprendizado. A trama que acompanha Otis (Asa Butterfield) Maeve (Emma Mackey) e es outres estudantes de Moordale ficou ainda mais tensa nesse novo ano, e serviu lições que podemos levar para a vida. Confira 10 ensinamentos que ao seriado trouxe na última temporada.
Entre muitas coisas, uma das maiores lições dadas pelo 3º ano de "Sex Education" foi que educação sexual é, de fato, muito importante. Ela não tem nada a ver com incentivar es jovens a fazerem sexo ou impor alguma orientação sexual ou identidade de gênero a elus. Educação sexual significa informá-les sobre seus direitos e tirar dúvidas sobre seu próprio corpo e a pratica sexual, para que elus possam praticar sexo de forma segura e consciente. Fato é que jovens estão iniciando na vida sexual cada vez mais cedo, e a última temporada da série evidenciou que a ditadura da abstinência só serve para espalhar medo e desinformação.
Aimee (Aimee Lou Wood) precisa lidar com um grande desafio no novo ano de "Sex Education". Ela ainda está traumatizada pelo assédio sexual que sofreu nos episódios anteriores e precisa superar isso. Então, seguindo o conselho de sua melhor amiga Maeve, ela vai visitar a Dra. Jean Milburn (Gillian Anderson) que a ajuda a entender o seu problema de forma mais aprofundada e a lidar com ele. Além dela, a própria Jean e Jakob (Mikael Persbrandt) procuram a terapia para saber como lidar com seu relacionamento, mostrando que ir em ume psicólogue é muito importante.
Uma das cenas mais tristes dessa temporada com certeza foi o termino de Eric (Ncuti Gatwa) e Adam (Connor Swindells). Mas acontece que para um relacionamento sobreviver, ele precisa muito mais do que só amor. Os dois personagens simplesmente estavam em momentos completamente diferentes em suas vidas. Adam ainda não estava pronto para se assumir completamente como ele é, e Eric não podia voltar atrás em tudo que batalhou tanto para ser. Por isso, os dois terminam, mesmo se amando muito, ensinando que o amor, infelizmente, nem sempre pode ser o suficiente.
No último episódio da temporada, quando parece que Maeve e Otis vão finalmente ficar juntos, acontece uma grande reviravolta. Ela é aceita em um programa nos Estados Unidos que pode mudar por completo seu futuro de forma positiva. Maeve chega a questionar se deve fazer isso, porque queria muito ficar com o menino, mas graças a ajuda de Aimee, ela percebe que precisa fazer o que é melhor para ela, independente do seu relacionamento.
E desde o início do novo ano somos apresentados a vários problemas pelos quais es alunes da escola passam, principalmente no que diz respeito as suas vidas sexuais. Dex (Lino Facioli), por exemplo, acaba seguindo o conselho de uma pessoa bem desinformada, e acredita que o que impede sua parceira de atingir o orgasmo é o tamanho do seu membro. Ao longo da história, entendemos que não era esse o problema e que tamanho realmente não é documento.
Em outro ponto da trama, Aimee também faz uma descoberta interessante sobre seu próprio corpo, entendendo que cada vulva é diferente e perfeita do jeito que é. Não existe um corpo padrão que irá abraçar todas as diferenças biológicas dos seres humanos, por isso precisamos aprender a respeitar cada diferença e entender que todas elas são, de fato, normais e nos tornam úniques.
Mesmo que o relacionamento de Otis com Ruby (Mimi Keene) possa ter surgido em uma tentativa do jovem superar o que sentia por Maeve, é muito importante quando ele deixa claro que não corresponde aos sentimentos da adolescente. Mesmo que doa e acabemos machucando as pessoas, a verdade é sempre o melhor (e único) caminho. Se ele tivesse mentido e respondido que a amava também, tudo seria muito pior e só causaria dor a Ruby. Por isso, responsabilidade afetiva é muito importante. E não é sobre ser recíproque em relação ao que sente por sue parceire, mas sim deixar isso em aberto desde o início da relação.
O problema da má comunicação aparece diversas vezes na terceira temporada de "Sex Education". Desde Jean escondendo a gravidez de Jakob, até Adam não conseguindo explicar para Eric qual posição sexual que queria realizar, quase todes es personagens enfrentam alguma dificuldade nesse sentido. Na verdade, muitos problemas poderiam ter sido resolvidos com uma comunicação simples e direta. É sempre a melhor resposta e evita muita dor de cabeça.
E mais uma lição é ensinada pela série quando a trama foca no relacionamento de Ola (Patricia Allison) e Lily (Tanya Reynolds). Quando Ola começou a se relacionar com a jovem, ela sabe da excentricidade de Lily e seus gostos peculiares. No entanto, ao longo do novo ano, ela machuca sua namorada ao dizer que não gosta dos seus jeitos o tempo todo. Mas ao final, Ola percebe que sempre gostou de Lily do jeito que era, justamente quando a última acha que precisa mudar completamente quem é para ser aceita.
A continuação do seriado também trouxe personagens não-binárias para a história. Cal (Dua Saleh) é ume nove estudante na escola e rapidamente se torna e novo interesse amoroso de Jackson (Kedar Williams-Stirling). Mas, elu precisa enfrentar muitos desafios, desde se sentir desconfortável indo ao banheiro até sofrer limitações no uniforme que usa. Tudo isso é muito importante para aprendermos que pessoas não-binárias existem e nós precisamos construir uma sociedade que acolha essas pessoas e respeite seus direitos.
Por mais que o jovem no Brasil nunca seja levado a sério, como cantaram Charlie Brown Jr. e Negra Li, em "Sex Education" é nítido o grande poder que a juventude tem. O ápice dos protestos organizados pelos adolescentes culmina na expulsão da diretora Hope Haddon (Jemima Kirke) do cargo e transforma por completo a escola em que elus estudam. Mas como será que ficarão as coisas na quarta temporada da série? O que sabemos é que es jovens não irão abaixar a cabeça para ninguém que os oprima e limite suas liberdades.