Consciência Negra: 8 casos bizarros de racismo que provam a importância da data

Neste domingo (20), celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A data, estipulada em homenagem a Zumbi dos Palmares, tem objetivo de trazer discussões e temas importantes sobre o racismo - algo ainda tão presente em nossa sociedade. Podemos ter avançado muito nos últimos anos, mas estamos longe da tão comentada "democracia racial".

Pessoas pretas ainda ganham menos, são maiores vítimas de violência e assassinatos e, quando falamos de mulheres negras, a situação é ainda pior. Por isso, o Purebreak trouxe 8 casos bizarros de racismo - que ganharam a mídia em 2022 - para provar como ainda precisamos de datas como essas!

Anitta arrasou no VMA 2022, mas nem todes aprovaram o look. Na época, o TikToker Taylor Wang fez vídeo polêmico, acabando com a cantora. O que poderia ser apenas uma divergência de gostos de moda, se tornou um pronunciamento racista quando ele mencionou que o vestido "parecia sujo" e que a cor vermelha "não combinou com a pele dela". O influencer se pronunciou após ser atacado nas redes por comentários racistas.

O tipo de coisa que definitivamente não deveria acontecer no século XXI. Durante o programa "Hora do Faro", alguns participantes de "A Fazenda 14" foram colocados, por montagens, em rostos de quadros famosos. Até aí, tudo bem. Porém, o cantor André Marinho marcou presença justamente na tela O Lavrador de Café, de Cândido Portinari, que mostra um homem escravizado.

Pelas redes sociais, a família do peão se pronunciou: "O quadro do Portinari, onde o André foi representado em uma dinâmica, é uma obra-prima que ficou famosa por retratar a triste realidade que assolou milhares de negros, que durante anos foram escravizados, torturados e submetidos a condições desumanas por um longo e triste período da nossa história. Por este motivo, não é de bom tom retratar a escravidão em forma de brincadeira em nenhum contexto".

Neste ano, um caso de racismo envolvendo Luísa Sonza ganhou as redes sociais. O episódio em questão fala sobre a vez em que a cantora, em 2018, confundiu uma advogada negra em uma pousada com uma das empregadas do local - pedindo para que ela pegasse água. Foi uma situação que trouxe muita reflexão e provou como os brancos - mesmo aqueles que se dizem "aliados" da causa - ainda podem ser racistas e partir do pressuposto, por exemplo, que uma pessoa negra só pode ocupar um local social se estiver na posição de servir.

Luísa Sonza assumiu a culpa no caso de racismo, mas nem sempre é isso o que acontece. A cantora Ludmilla, por exemplo, foi ao Twitter no começo do mês relembrar processo que abriu contra uma senhora branca que afirmou que o cabelo da artista parecia Bombril. Além de perder a ação, Ludmilla foi processada pelo advogado, correndo o risco de pagar multa. É uma prova também de como o sistema judiciário brasileiro ainda é extremamente racista!

Em outubro, o comediante Eddy Jr. revelou que foi perseguido por dois vizinhos brancos. O rapaz chegou a gravar vídeos da senhora, que o xingou de "macaco", "urubu", "neguinho perigoso" e outros termos racistas inimagináveis. Pelas câmeras de segurança, Eddy viu que tanto a vizinha, quanto o seu filho, andavam perto da porta do seu apartamento segurando facas. O caso chamou atenção da mídia e diversas pessoas foram ao prédio, protestar pela expulsão dos moradores criminosos.

Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso são pais de duas crianças pretas, Titi e Bless. Quando a família estava em Portugal, uma moça teria ofendido os dois em um restaurante, afirmando que seriam "pretos imundos" e deveriam "voltar para África". Uma família de angolanos que estava próxima também foi alvo das agressões. A reação de Giovanna, que partiu para cima da racista, viralizou e algumas pessoas ainda questionaram se a resposta não foi "exagerada". Também foi comentado sobre como Ewbank teria sido mais criticada se fosse uma mulher preta, com a mesma reação agressiva - que é justificada pela situação horrorosa.

Também no 2º semestre de 2022, o jogador de futebol Vinícius Jr. foi vítima de racismo. Durante um programa espanhol, o empresário Pedro Bravo afirmou que ele deveria "parar de macaquices", se referindo ao hábito de Vinícius de dançar após um gol. Nas redes, a hashtag "BAILA VINI" foi um dos assuntos mais comentados e o próprio profissional fez vídeo, falando sobre o caso: "A felicidade de um preto, brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais".

O ex-"BBB" Paulo André também falou sobre como a felicidade de pessoas pretas incomoda. O filho do atleta foi vítima de racismo e usuários chegaram a citar uma possível "floresta" no aniversário de um ano do menino, já que os dois seriam "macacos". PA fez questão de se pronunciar e relembrou a gravidade do racismo, que é considerado crime inafiançável na legislação brasileira: "Quem fala que não é da cor, é maluquice".

Estamos avançando em vários aspectos quando o assunto é igualdade racial, mas não podemos nos enganar: há muito o que fazer ainda para que todes possam ter uma vida justa e de qualidade, independente de sua cor e raça.