Os últimos episódios de "La Casa de Papel" estrearam no dia 3 de dezembro na Netflix . Pouco mais de uma semana após o fim da série, es fãs já estão sentindo sua ausência e começando a perceber como sentirão falta de ver o grupo de protagonistas se reunindo para um novo assalto. Mas, como tudo que é bom tem hora para acabar, precisamos aceitar o fim da história. O que não significa que não podemos levar algumas coisas que aprendemos com ela para a nossa vida.
Mesmo durante um "workshop" para planejar um dos maiores roubos da história, os assaltantes achavam formas de se divertir e se distrair da missão por um bom tempo. E isso não aconteceu só na parte do planejamento. Até quando estavam dentro da Casa da Moeda ou do Banco da Espanha o grupo encontrava momentos felizes no meio de tanta confusão e perigo. Se eles faziam isso correndo risco de vida, quem somos nós para não sabermos aproveitar a vida como ela merece ser vivida?
É justamente por esse motivo que não devemos nos levar tão a sério. Pelo menos é isso que nos ensina "La Casa de Papel". Sim, realmente assaltar duas das maiores instituições do país são missões complicadas que exigem muito esforço. Só que nada no seu "ofício" deve ser tão grave que te impeça de experimentar, viver e colecionar bons momentos. Às vezes rir dos planos que dão errado, ou cantar e dançar enquanto você pode estar morto pela manhã é a melhor saída.
Outra profunda lição trazida por "La Casa de Papel" diz respeito à gente entender que família é quem a gente escolhe. Vários personagens da série perderam familiares ou não tem mais contato com seus parentes. Nada disso os impede de criar laços valiosos entre si, comportando-se como uma verdadeira família. E isso é mostrado por meio do relacionamento dos protagonistas. O carinho que o Professor (Álvaro Morte) tinha por Tóquio (Úrsula Corberó) era encantador, assim como a cumplicidade entre a última e Nairóbi (Alba Flores), que estava disposta a fazer de tudo por Helsinque (Darko Peric) e assim por diante...
Em um dos momentos mais lindos da série, Nairóbi faz um discurso se defendendo das implicâncias de Palermo (Rodrigo de La Serna). Além de bravamente declarar seu amor por Helsinque, Nairóbi esculacha o personagem de La Serna, ensinando-o que "Precisa ter coragem pra amar". Era por esse motivo que ele não amava ninguém. Essa frase com certeza é algo que precisamos e devemos levar para a vida, porque é a mais pura verdade.
Fatos precisam ser ditos. Só conseguimos sobreviver a tudo o que aconteceu ao longo de cinco temporadas graças ao cérebro brilhante do Professor. Entre altos e baixos, foi ele quem arquitetou todas as estratégias para que o grupo conseguisse sair bem-sucedido dos roubos. E, levando o ensinamento para as nossas próprias vidas, essa experiência de planejar tudo meticulosamente nos faz perceber que se programar e organizar melhor as coisas pode ser uma ótima ideia.
Só que com certeza nada sai 100% como planejado. Entender isso pode levar anos e anos - e muitas longas sessões de terapia. Mas a verdade é que realmente há muitas coisas fora do nosso controle no mundo. E isso não deve ser algo para nos preocupar, e sim nos libertar. Afinal, há uma magia absurda nas coisas imprevisíveis. São elas que fazem a vida valer a pena. E são essas surpresas que nenhum plano consegue calcular.
Por fim, se pudéssemos colher alguma "moral da história" de "La Casa de Papel" seria que, realmente, nada é impossível. Ou tudo é, até que alguém o faça. Se o Professor conseguiu reunir uma dúzia de criminosos desconhecidos para realizar não só um, como dois assaltos a instituições de mais alta proteção na Espanha, e saiu bem-sucedido disso - ainda que com algumas grandes perdas -, quem somos nós para acreditar que não vamos conseguir fazer alguma coisa, não é verdade? Portanto, obrigado por tudo "La Casa de Papel"! E "Bella Ciao"...