As consequências para o comportamento polêmico de Kanye West continuam rolando. O rapper, que vem chamando atenção por falas problemáticas há bastante tempo, virou manchete ao ameaçar a população judaica nas redes sociais. No começo do mês, Kanye disse que faria um "death con 3" contra judeus, se referindo à escala de vulnerabilidade de segurança nacional dos Estados Unidos.
Isso veio logo após West surgir com camisa do grupo "White Lives Matter" (Vidas Brancas Importam), que desmerece o movimento contra racismo e violência policial nos Estados Unidos. Nesta terça-feira (25), a Adidas rompeu contrato de quase 10 anos com o cantor, se juntando a outras marcas que mostraram seu repúdio às falas de Kanye West, que atende agora pelo nome de Ye.
Até mesmo seus advogados e a ex-esposa, Kim Kardashian, pularam fora do barco, rapidamente desassociando sua imagem a do rapper. Confira 10 coisas que o empresário e artista perdeu após falas racistas e antissemitas!
A Adidas é a empresa mais recente a cortar laços com Kanye West. A marca esportiva era responsável por lançar Yeezy, coleção com o rapper, e tinha parceria com o cantor desde 2013. Em comunicado oficial, representantes informam que "os comentários e comportamentos recentes de West são inaceitáveis, odiosos e perigosos e não estão de acordo com os valores da empresa de diversidade, inclusão, respeito e justiça".
Segundo apuração da Forbes, a perda do contrato vai custar bem caro para Kanye - literalmente. O rapper pode até deixar o título de bilionário, com patrimônio reduzido a "apenas" 400 milhões de dólares.
Kanye vestiu a camisa do grupo que defende a ideia de "racismo reverso" durante a Semana de Moda, provocando forte represália pelas empresas do meio. A Balenciaga, marca de luxo que está bombando, afirmou que não terá "nenhum relacionamento e nem planos para projetos futuros com o artista" em comunicado oficial. West chegou a participar de desfile recente da Balenciaga, mas suas fotos foram retiradas do portal da empresa.
A ex-esposa de Kanye e mãe de 4 filhos do rapper, Kim Kardashian, foi aos Stories do Instagram, se posicionar à favor da comunidade judaica: "Discurso de ódio nunca é ok ou perdoável. Eu estou com comunidade judaica e peço que a terrível violência e retórica de ódio contra eles tenha seu fim". Além disso, a Skims, empresa de Kardashian que tem West como acionista, lançou comunicando ao público, dizendo que o rapper não tem poder de decisão na marca e é um acionista minoritário.
Após post considerado antissemita no Instagram, Kanye West teve seu perfil banido na rede. Então, o empresário foi para o Twitter, questionar Mark Zuckerberg - dono do Instagram e Facebook. Foi nesse momento que ele fez outra fala antissemita, em que ameaçava atentado contra a comunidade. Logo, West também foi banido do Twitter e chegou a comprar Parler - rede social famosa entre conservadores estadunidenses.
Representantes da Vogue afirmaram ao Page Six que a revista não planeja trabalhar mais com Kanye West no futuro. A decisão teria sido tomada por Anna Wintour, editora-chefe da Vogue e conhecida de Ye. Além disso, a editora de moda Gabriella Karefa-Johnson afirmou que os atos do artista, principalmente o uso da camisa de "White Lives Matter" são "violência pura". A jornalista ainda completou, em comunicado: "Não tem desculpa. Não existe nada de arte nisso".
Mais tarde, West chegou a atacá-la, falando sobre o estilo de roupa usado por Ganriella e declarando uma guerra virtual. A editora foi defendida por várias pessoas, incluindo a modelo Gigi Hadid, que disse que o rapper deseja ter "uma porcentagem da inteligência da jornalista".
Antes das últimas polêmicas, Kanye West era representado pela Creative Artists Agency (CAA) - uma das agências mais conhecidas do mundo do entretenimento. Porém, a empresa foi uma das que rompeu contrato com o artista. O rapper também perdeu acordo com a gravadora Def Jam e a sua própria empresa de gravação não está mais relacionada a Def.
O processo de divórcio de Kanye West e Kim Kardashian ainda rola na justiça e parece que a situação pode ficar ainda mais complicada. Também de acordo com o Page Six, Ye foi abandonado pelos advogados que o representavam no caso. Anteriormente o artista contava com o apoio jurídico de escritório famoso em Nova York, que já teria anunciado sua saída do processo.
Não foram só empresas e famosos que mostraram sua indignação com Kanye West. O rapper teve queda considerável nos streams de suas músicas após ser banido do Instagram e Twitter. Segundo dados divulgados pelo Inside Radio, os números de Ye caíram cerca de 3,5% na 1ª semana de outubro, somente no território dos Estados Unidos.
Ainda no começo do mês, o show de Kanye West, que aconteceria no SoFi Stadium em Los Angeles, foi cancelado. O próprio artista foi às redes sugerir que a ação se tratava de um boicote. "Meu show foi cancelado. Me pergunto se isso tem algo a ver com minha camisa de 'Vidas Brancas Importam'. O que vocês acham?", postou Ye. Ele ainda mostrou print de mensagens que avisam que a apresentação foi desmarcada por "incapacidade de receber o evento".
Por fim, na última segunda-feira (24), o estúdio MRC Entertainment anunciou que estava trabalhando em um documentário sobre a vida e carreira de Ye, porém, o trabalho foi arquivado sem previsão de retorno. "Não podemos apoiar nenhum conteúdo que ajude a aumentar sua plataforma", escreveu a empresa.