A sigla LGBTQIA+ engloba um mundo de possibilidades que, sim, precisam existir. Pode parecer confuso muitas vezes, mas a reinterpretação dos gêneros têm nos mostrado que a sexualidade pode ser muito mais ampla do que antes parecia. Recentemente, a cantora Demi Lovato revelou que se identifica como uma pessoa pansexual, após já ter afirmado que pertencia à comunidade LGBTQIA+.
Mas o que é ser pansexual e qual é a diferença dessa orientação para as outras? Não se preocupe, é simples e quanto mais a gente aprende sobre a sexualidade, melhor podemos explorá-la. Por isso, venha entender o termo com o Purebreak e amplie sua concepção de diversidade no universo das relações amorosas!
A pansexualidade é uma orientação sexual característica de pessoas que se sentem atraídas por todas as identidades de gênero possíveis. Para entender melhor, "pan" significa todo, inteiro, total. Isso vai muito além do homem e da mulher cis - que já nascem com o órgão sexual do gênero com o qual se identificam. No caso de pessoas pansexuais, a personalidade, os gostos, o jeito e outras qualidades pessoais são muito mais importantes do que o gênero em si. A orientação sexual pertence ao "+" da sigla LGBTQIA+ e sua bandeira tem as cores rosa, amarelo e azul.
É difícil entrar em um consenso, mas tudo bem porque estamos falando de pessoas e nossas relações realmente são complexas. Quando surgiu o debate sobre a bissexualidade, o "B" da sigla, a orientação foi definida como aquela em que pessoas se relacionavam tanto com homens como mulheres. A percepção, no entanto, excluía outras possibilidades como:
- Pessoas trans: que não se identificam com o gênero com o qual fisicamente nasceram;
- Não-binários: os que não se limitam apenas à binaridade (feminino e masculino);
- Intersexo: pessoas que biologicamente não se encaixam totalmente no feminino nem no masculino;
- Andróginos: que possuem características físicas femininas e masculinas misturadas.
A pansexualidade surgiu para mudar isso, mas depois o movimento bissexual tirou a restrição entre homem e mulher também. Ou seja, hoje em dia varia muito de pessoa para pessoa. Cada um se autodenomina como prefere. Alguns acreditam que a bissexualidade apresente uma variação entre os níveis de preferência - uma pessoa bissexual pode gostar mais de homens do que de mulheres, por exemplo - e os pansexuais não tenham distinção nenhuma.
Mas vale dizer que essa interpretação sobre a preferência na bissexualidade também passa por outra discussão, que é a bifobia. Justamente porque muitas pessoas bissexuais não gostam dessa ideia de divisões, como se fosse 30% para isso, 40% para aquilo e assim vai. A ideia que parece ter maior aceitação é a de que bissexual é quem sente atração por mais de uma identidade de gênero e pansexual é aquele que pode vir a se relacionar com todos eles.
A pansexualidade e o movimento trans
Como a pansexualidade surgiu para englobar os diferentes gêneros, ela tem o papel de desafiar a estrutura binária, dividida apenas entre homem e mulher. Um grupo que estava sendo colocado de fora era o de pessoas transsexuais, que infelizmente continua sofrendo até hoje. Ao colocar essas pessoas dentro das possibilidades de afeto, o movimento pansexual se aliou à comunidade trans também.
A revelação aconteceu durante entrevista do podcast The Joe Rogan Experience. Demi Lovato estava falando que sente sua sexualidade fluida, depois de já ter se limitado muito. O apresentador a perguntou: "Você quer dizer sexualmente fluida? Você gosta de garotas, gosta de garotos?". A cantora respondeu: "Tudo, de verdade". Joe questionou se a celebridade seria pansexual e Demi confirmou.
A cantora ainda brincou: "Eu ouvi alguém dizer que a comunidade LGBTQIA+ é a máfia do alfabeto. Eu sou parte da máfia do alfabeto e tenho orgulho disso [risos]". Demi também falou sobre a série documental com a qual está envolvida, "Dancing With The Devil". Os primeiros episódios estrearam recentemente e o projeto contará sobre o quadro de overdose vivido pela cantora em 2018. Além disso, serão retratados outros pontos importantes de sua vida, como o término do noivado e o estupro que sofreu quando perdeu a virgindade.