De antissemitismo até violência doméstica, são muitas as polêmicas em torno do mundo mágico de "Harry Potter" . A franquia, que conta com sete livros principais, oito filmes e dois spin-offs, está prestes a lançar mais um título nos cinemas neste ano. Mas, desde o lançamento de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" em 1997, muita coisa aconteceu, incluindo cancelamentos, controvérsias e até desilusão por grande parte dos Potterheads.
Em entrevista ao podcast On The Problem, o humorista judeu Jon Stewart criticou a caracterização dos duendes feita pela escritora J.K. Rowling na saga "Harry Potter", apontando-a como antissemita - preconceito contra semitas, em especial o povo judeu. De acordo com o comediante, as características dos personagens mágicos que comandam o banco Gringotes se parecem bastante com a caricatura dos judeus presente no livro antissemita "The Protocols of Elder Zion".
"Foi uma das coisas que eu assisti na tela e eu esperava que a plateia falasse: 'Caramba. Não é possível que ela colocou judeus para comandar um banco subterrâneo em um mundo mágico!'. Mas todo mundo só ficou tipo: 'Ah, feiticeiros...' Foi tão esquisito", revelou.
A maior polêmica envolvendo "Harry Potter" com certeza diz respeito aos posicionamentos transfóbicos feitos pela autora dos livros J.K. Rowling. A britânica foi criticada pela comunidade trans e por boa parte do elenco da saga por defender que indivídues transgêneros devem ser definidos por seus sexos biológicos, sem levar em conta todo o debate relacionado à identidade de gênero e suas vivências pessoais. Além disso, Rowling constantemente compartilha casos isolados de polêmicas envolvendo pessoas transexuais para justificar seu preconceito.
Toda essa questão em torno da autora trouxe à tona o debate se é possível ou não separar a obra de quem a produziu, uma vez que Rowling ainda lucra com a franquia que criou. Suas opiniões recheadas de transfobia fizeram com que muites fãs de "Harry Potter" chegassem a deixar de lado de vez seu amor pela obra.
Johnny Depp foi escalado para viver o grande vilão da nova franquia de filmes de "Harry Potter", intitulada "Animais Fantásticos". Mas sua experiência interpretando Gellert Grindelwald durou pouco tempo e o ator logo foi retirado do elenco por ter sido acusado de violência doméstica contra sua ex-mulher Amber Heard.
Na época em que foi escalado, Depp já estava envolvido nessa polêmica e mesmo assim J.K. Rowling defendeu sua escalação para o papel do vilão: "Com base no que sabemos das circunstâncias, os produtores e eu não apenas não temos problemas com o elenco original, como estamos sinceramente felizes de ter Johnny para interpretar um dos personagens centrais do filme".
"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" estreia em 7 de abril de 2022 e irá contar com Mads Mikkelsen substituindo Johnny Depp como Grindelwald.
Em março de 2021, uma outra controvérsia envolvendo "Harry Potter" veio à tona. Katie Leung, a intérprete de Cho Chang nos quatro últimos filmes da franquia, revelou no podcast Chinese Chippy Girl que foi orientada a negar o racismo que sofreu enquanto promovia os longas. Leung teria descoberto sites de ódios voltados à contrariar sua escalação como a personagem, além de ter lido muitos comentários racistas dirigidos à ela. Após compartilhar essas informações com os publicitários do filme, eles disseram para ela negar ter visto essas plataformas. Hoje em dia, ela se arrepende de ter os escutado.
Engana-se quem pensa que Johnny Depp foi o primeiro ou único ator com histórico de violência contra a mulher a ser escalado para interpretar um personagem no universo "Harry Potter". Gary Oldman, conhecido por dar vida ao amado Sirius Black a partir de "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", já havia sido acusado de agredir a ex-esposa Donya Fiorentino na frente dos seus dois filhos em 2001.
"Assim que peguei o telefone para ligar para a Polícia, Gary colocou as mãos no meu pescoço e apertou. Eu recuei com a base do telefone e tentei discar para o 911. Gary pegou o telefone da minha mão e me bateu no rosto com o aparelho por três ou quatro vezes. Meus dois filhos estavam chorando", relatou Fiorentino em 2015. No entanto, Oldman alega que o ocorrido com o telefone teria sido um acidente.