O racismo contra pessoas amarelas ainda não é tão discutido quanto deveria e um dos motivos é porque, muitas vezes, o assunto é encarado apenas como piada. E isso não é só em bolhas conservadoras, não! Tem várias pessoas nas redes sociais e na TV que reproduzem falas super problemáticas contra pessoas asiáticas, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
De apropriação cultural até a imitar o jeito de alguém falar, existem várias formas com que o preconceito contra amarelos se dá no dia a dia. Separamos 5 vezes que a questão foi lida equivocadamente pela ótica do humor para gente aprender e não repetir esse tipo de coisa nunca mais. Confira!
Ana Hikari já falou muitas vezes sobre o preconceito contra asiáticos e a falta de representação de pessoas amarelas na TV brasileira. E quando a nacionalidade aparece, ainda é de forma preconceituosa. Em "Família Paraíso", os personagens de Leandro Hassum e Cacau Protásio se "vestiram" como japoneses para conquistar asiáticos que iriam visitar o asilo. Além disso, teve deboche da reverência e mais costumes da cultura. Hikari provocou reflexão no Twitter e foi rebatida por pessoas que acreditam que o programa quis apenas "fazer piada".
No mês passado, um perfil de um senhor japonês tomou as redes sociais por um motivo bem ofensivo. Alguma pessoa notou que o nome do homem, quando lido em português, formava uma frase com conotação sexual - que, obviamente, não é a intenção na língua original. Prints do perfil foram compartilhados milhares de vezes, com comentários problemáticos, principalmente levando em consideração que o responsável pelo perfil muito provavelmente não autorizou essa reprodução.
A Copa do Mundo é um momento legal do esporte, em que várias culturas se juntam. Porém, muitas vezes, a união de diferentes nações abre espaço para práticas racistas e ofensivas. Isso foi visto em diversos contextos - como franceses que criticaram Mbappé, jogador negro e filho de imigrante. No Brasil, não faltaram "piadas" no jogo da seleção contra a Coreia do Sul, com bordões clássicos - e sem graças - de que todos eram iguais, com nomes parecidos e ainda circulação de "memes" com fotos de pessoas asiáticas.
Com a popularização do K-pop e tantos idols orientais, várias tendências de moda asiáticas dominaram o Ocidente - e tudo bem! O problema é quando vemos pessoas "copiarem" traços característicos de determinada população, de forma romantizada e fetichista. Traços, inclusive, que são criticados em asiáticos de nascença ou de ascendência. Recentemente, Pabllo Vittar foi acusada de asian fishing e poucas pessoas entenderam a gravidade do assunto. No Twitter, circularam piadas chamando a cantora de "japonezinha" e com "receitas" para se "tornar asiático", como ela.
Quando falamos de racismo, é comum que pessoas brancas queiram se vitimizar, relembrando vezes que foram ofendidas por serem "pálidas" demais e comparando isso com a perseguição e exclusão que pessoas de outras raças sofrem. Mas uma prova que o racismo contra amarelos não é levado a sério é quando até mesmo quem critica o "racismo reverso" acha que asiáticos não sofrem com o preconceito.
No post recente de Ana Hikari, denunciando o roteiro de "Família Paraíso", muitos internautas debocharam e fizeram referência ao "White Lives Matter" - campanha de supremacia branca que dominou os Estados Unidos. É claro que não podemos comparar os diferentes tipos de racismo existentes, mas invalidar a vivência de tantos asiáticos no Brasil e no mundo está longe de ser o caminho certo.
E aí, você já se viu rindo de alguma piada do tipo ou não entendeu a seriedade da temática, na época? O bom é que sempre há tempo de mudar e construir um mundo mais justo.