O cantor Vitão figurou entre os assuntos do momento na internet em diversas ocasiões nos últimos anos. Os motivos principais tinham a ver com o seu relacionamento com Luísa Sonza ou polêmicas relacionadas ao estilo do artista, que quebra padrões de masculinidade por meio da moda. Em entrevista à revista Quem, divulgada nesta sexta-feira (08), o astro falou sobre como seu namoro afetou sua vida, fazendo com que ele passasse por um momento bem difícil, além de explicar como enxerga a moda e até abrir o jogo sobre prazer na próstata e sua falta de vontade em voltar às suas raízes.
Para quem não lembra, Vitão e Luísa Sonza chegaram a namorar pouco tempo depois da cantora anunciar o término do seu casamento com Whindersson. Isso foi o suficiente para todos os tipos de rumores envolvendo os dois virem à tona, assim como diversos comentários agressivos dirigidos ao casal após es fãs não superarem a separação de Luísa e o youtuber. Vitão sofreu tanto com o hate que sua família chegou a ser ameaçada de morte diversas vezes.
Nesses últimos dois anos, a voz de "Café" passou por altos e baixos que afetaram sua autoestima e confiança e o fizeram ter vontade de desistir: "Passei por momentos muito complicados, de desacreditar 100%, de querer deixar de existir. Já tive momentos de estar no carro e pensar: 'Foda-s*. Vou acelerar e bater no muro'. E, no mesmo momento, colocar uma guia de uma música nova que estava fazendo e pensar: 'Não. Nada a ver'".
O galã segue comentando como a música o ajudou nesse período. "A música é meu fio-condutor. Sem música, eu não existo. Às vezes, as minhas dores podem ser um nada, uma grande merda para outras pessoas que vivem outras situações. A gente nunca vai sentir a dor do outro e o outro nunca vai sentir a nossa dor", disse.
Por mais que o público queira ver Vitão retornar às suas origens com um som mais parecido com seus primeiros projetos autorais, ele não pensa em voltar atrás tão cedo: "Tem gente que fala que sente saudade da época. É doloroso, mas, ao mesmo tempo, é isso que tenho para oferecer. Eu mudei muito com minhas experiências nos últimos anos. Tudo o que passei, as mudanças na vida. A gente vai mudando também e a minha arte é um reflexo de mim mesmo".
"É impossível ser exatamente como eu era antes", cravou.
"Todo processo de mudança tem uma dificuldade, nenhuma mudança é fácil. Eu acho que os riscos também trazem as maiores dádivas da nossa vida, de crescimento e florescimento. Ainda tenho muito daquele moleque sonhador. Sempre fui assim e permaneço. O fato de ser essa pessoa sonhadora, de botar as coisas na cabeça e ficar pensando naquilo dias e noites... Permaneço sendo esse sonhador", acrescentou.
Vitão não tem medo de falar sobre sua sexualidade e quebrar padrões heteronormativos. Na mesma conversa, o ícone comentou a letra do seu single "Mais Uma Vez". "Falo sobre minhas vivências no Rio, de transar com as pessoas que eu queria, com minhas experiências boas na cidade, com a natureza. E eu falo sobre o prazer na próstata", comentou, antes de comentar esse assunto que é tão polêmico para muitos homens.
"A gente fala muito pouco e ainda é um tabu gigantesco. Desde sempre a gente entende que se alguém passar perto do nosso c*, já é rotulado de alguma coisa. Eu tenho descoberto meu corpo cada vez mais, o prazer de formas infinitas. Podemos sentir prazer de muitas formas e não só sexualmente. Mas a gente se prende ao sexo heteronormativo, homem, mulher, penetração e gozou. Acabou. A zona de mais prazer no homem é a próstata. Por que a gente esconde isso de si mesmo? Por que a gente não pode falar sobre isso? É só sentir prazer e foda-se. Isso não te encaixota em nenhum lugar", defende.
Por fim, o cantor seguiu explicando sua relação com a moda e o seu estilo, admitindo que gosta de causar espanto, mas no bom sentido. "De alguém falar: 'Nossa, mano, ele está vestindo assim mesmo? Ele teve a moral de colar no bagulho assim?'. De sustentar e trazer essa comunicação da liberdade. De a gente poder ser e existir da forma que tem vontade naquele dia."
"A gente pode mudar de ideia num dia e ser outra coisa. O ser humano é mutável, tudo muda da noite para o dia e a gente vive em uma constante mudança em tudo. Por que não podemos admitir isso para nós mesmos? Tenho trazido isso para mim e comunicar isso para as pessoas. Não sou o primeiro a fazer, há artistas falando disso há milênios. [Mas ainda há] um público muito conservador, muito machista e muito homofóbico. Que quer bater na tecla do ódio. São esses os momentos que tenho mais vontade ainda de ousar", completou.