No mundo todo é comemorado no 8 de março o Dia Internacional da Mulher. A data surgiu em homenagem às operárias vítimas de um incêndio intencional em uma fábrica têxtil, em 1911, nos Estados Unidos. De acordo com a história que circula no senso comum, as trabalhadoras lutavam por condições dignas de trabalho. Apesar de ser a versão mais contada para ilustrar o 8 de março, a trajetória de luta das mulheres é bem mais extensa.
É claro que, de lá pra cá, várias reivindicações transformaram-se em conquistas, frutos de muita luta. Mas ainda não é o suficiente para garantir a equidade de gênero na sociedade patriarcal que a gente vive. Você, por exemplo, sabe o quanto as mulheres brasileiras já conquistaram?! Ou tem a noção do quanto ainda falta para ser conquistado?! O Purebreak te diz um pouco desse panorama pra você entender mais ainda a importância dessa luta.
No Brasil, o movimento feminista também deu as caras para reivindicar direitos das mulheres, seja na vida pública ou privada. Que tal relembrar alguns deles?!
Igualdade salarial
Em 1919, a Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou uma resolução de salário igual para homens e mulheres. Bom, na teoria, né?!
Uma pesquisa divulgada pela Catho em 2018 mostrou que a diferença salarial pode chegar a 53%. Dá só uma olhada no gráfico abaixo e veja como as mulheres chegam a ganhar bem menos que os homens (ainda que tenham o mesmo nível de instrução e estejam na mesma área de atuação)
Direito ao voto
1934 foi o ano do voto feminino ser regulamentado no Brasil para mulheres de todas as rendas, origens ou estado civil, sem necessitar de permissão do marido para participar da vida pública.
Pílula anticoncepcional
Sob o contexto da revolução sexual, a pílula anticoncepcional chega ao Brasil em 1962, dando a mulher o poder de decisão para escolher se quer ou não ter filhos e, se for o caso, quantos. A questão é: será que todas poderiam ter acesso ao medicamento sem preconceito, receio ou repressão da sociedade?! Pois é...
Lei do Divórcio
Já em 1977 a lei do Divórcio é sancionada e incia-se a discussão sobre separação.
Lei Maria da Penha
Caminhando mais pra frente, em 2006 é criada a Lei Maria da Penha para criminalizar atos de violência contra a mulher de qualquer natureza e ajudar mulheres a prender seus agressores. Maria da Penha, mulher que dá nome à lei, precisou sofrer duas tentativas de homicídio e lutar quase 20 anos para que prendessem o marido.
Criminalização do feminicídio
Em 2015, o feminicídio foi criminalizado. Lembrando que nosso país chegou a ter a quinta maior taxa de feminicídios do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados em 2016.
Primeira mulher presidente da República
E se lá em cima falamos da primeira conquista da mulher na vida pública, ao longo dos anos as mulheres passaram a ocupar cargos políticos importantes, embora ainda sejam minoria. Em 2010, pela primeira vez, uma mulher chegou a presidência da República, mas sofreu um impeachment antes de conseguir completar o seu segundo mandato. A pergunta que fica é: será que o Brasil estava preparado para ter uma mulher no comando?
Diante das conquistas citadas acima e, claro, seus paralelos, dá pra entender por que o feminismo se torna a cada dia mais importante. O movimento não é nenhum monstro dos que pintam por aí e assim o fazem apenas para deslegitimá-lo e causar medo. O feminismo nada mais é que o reflexo das lutas diárias de toda mulher e o meio que elas têm de reivindicar o que lhe é negado. Às vezes, você pode ser feminista e nem sabe.
E se você é homem é possível contribuir para ajudar as mulheres a sua volta nesta luta sem roubar o protagonismo delas. Que tal começar este 8 de março chamando atenção do seu amiguinho que solta um comentário machista na rodinha?!