Eleições 2022: Bolsonaro quebra silêncio após 44 horas e não menciona Lula
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 18:11
Por João Maturana
Depois de quase dois dias sem se pronunciar após ser derrotado nas urnas pelo eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente Jair Bolsonaro finalmente quebrou o silêncio e veio a público falar sobre o resultado das eleições. Sem reconhecer a vitória do seu adversário, o chefe do Executivo fez um discurso de dois minutos no qual reiterou seu compromisso com a Constituição e comentou as manifestações.
Bolsonaro se pronuncia depois de 44 horas de silêncio após derrota nas eleições presidenciais Bolsonaro se pronuncia depois de 44 horas de silêncio após derrota nas eleições presidenciais© Getty Images
Presidente Jair Bolsonaro não reconhece vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro pronunciamento oficial após derrota
Bolsonaro comenta manifestações que negam vitória de Lula nas urnas: "Nossos métodos não podem ser os da esquerda"
Ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, diz que foi "autorizado" por Bolsonaro a conduzir transição presidencial
Bolsonaro agradece elitores e reafirma compromisso com a Constituição, mas não reconhece vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no discurso após derrota nas urnas
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O atual presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento nesta terça-feira (01) após mais de 44 horas da derrota na eleição presidencial que aconteceu no último domingo (30). Sem reconhecer a vitória do seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, no seu discurso de dois minutos, o chefe do Executivo destacou seu compromisso com a Constituição, agradeceu os votos dos seus eleitores e comentou as manifestações que estão acontecendo em todo o Brasil, negando a derrota de Bolsonaro e bloqueando rodovias.

"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", começou.

Em seguida, ressaltou seus valores e a presença política da direita no Congresso: "A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra".

No mesmo discurso, Bolsonaro fala sobre o fato de ser descrito como alguém que afronta constantemente a democracia: "Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais".

"Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira", concluiu.
Ciro Nogueira é autorizado a conduzir transição de presidentes
Assim que Bolsonaro deixou o recinto, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, declarou que foi "autorizado" pelo presidente a conduzir o processo de transição. Segundo o mesmo, ele e o chefe do Executivo estão aguardando a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, formalizar o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin, o que deverá acontecer na próxima quinta-feira (03). "Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país", afirmou.
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