Falar sobre o patriarcado às vezes pode ser complicado. Muitas pessoas não gostam de usar o termo por ser algo mais acadêmico e parecer "militante" demais. Já percebeu isso? Mas, fique tranquilo(a). É um conceito muito mais simples do que parece e está presente na rotina de todas as mulheres, infelizmente! Além disso, é essencial entendê-lo para compreender também a luta do movimento feminista.
Se você é feminista ou gosta de apoiar e entender a causa, já deve ter conhecimento de que o patriarcado está relacionado ao poder que é dado aos homens, o que consequentemente gera o apagamento e submissão das mulheres. Quer entender mais um pouco sobre o termo e ir mais a fundo nesses estudos? Então vem que o Purebreak te ajuda.
Para as teóricas feministas, patriarcado é um sistema social que privilegia homens através das principais instituições que formam nossas relações. Sua figura mais representativa é a de um homem cis, branco e heterossexual, acumulando a superioridade de privilégios.
Trata-se de um processo histórico e vem sendo aplicado há muito tempo, a ponto de hoje em dia ter se tornado "normal" e passar despercebido. Sendo assim, a população masculina tem maior poder em diversos cenários possíveis.
Enquanto isso, as mulheres foram sendo colocadas como submissas e menos capazes. Também foram obrigadas a exercerem papéis postos muito antes de seu nascimento, como o da boa esposa, dona de casa e mãe, que já nasce com o "instinto materno". Mas sabemos que não é bem assim que deveria funcionar, né? Todas as mulheres podem se voltar apenas ao tratamento do lar, o essencial é o direito de escolha.
Para entender melhor como a dominação patriarcal pode ser observada em nossa rotina comum, é necessário ver quais são essas instituições que garantem privilégios aos homens. A família é uma das mais citadas, na qual as relações de poder podem ser observadas de diversas formas. Dentro desse espaço, além de estarem o tempo todo em lugares secundários e de apoio aos homens, as mulheres também são vítimas de violência, como mostrado em diversos filmes. Temos, ainda, o ambiente de trabalho, a política, as escolas e a religião como alguns dos exemplos.
É difícil datar o surgimento de um fator social que vai se misturando na história. No entanto, uma historiadora resolveu fazer essa pesquisa e a registrou no livro "A Criação do Patriarcado". Segundo a autora, Gerda Lerner, houve um processo histórico de apagamento das mulheres, o que revela que o patriarcado não é algo natural ou biológico. Assim, podemos imaginar e trabalhar para conquistar o fim da dominação masculina.
Para chegar até essa conclusão, Lerner faz um diálogo entre várias áreas do saber: história, literatura, arqueologia e arte. A historiadora retornou às antigas civilizações do Oriente Médio - romanos, egípcios e mesopotâmios, por exemplo - para compreender como essas mulheres estavam situadas em relação aos homens e traçar o efeito para os dias atuais.
O livro é uma ótima dica para quem quer se aprofundar no assunto ou está se preparando para o ENEM. Mesmo que o patriarcado não seja o tema escolhido para a redação do exame, pode ser que você consiga usá-lo na sua argumentação.
Os efeitos do patriarcado mostram alguns exemplos de como vivemos em uma realidade ainda muito machista, embora o movimento feminista continue avançando. São fatos que podem ser observados com facilidade, mostrando que, como dissemos no início do texto, o termo é bem mais simples do que parece. Dentre os sinais de uma sociedade patriarcal, podemos citar que:
- As mulheres recebem menos do que os homens em todos os estados do Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, feita pela IDados. A pior situação está em Mato Grosso do Sul, onde o salário das mulheres representa apenas 65,4% da remuneração dos homens;
- As principais figuras estudadas na escola são homens, muitas vezes brancos;
- Os homens são considerados mais adequados para exercer funções intelectuais;
- Dentro da família, os pais são considerados os chefes e o tratamento entre os filhos de diferentes gêneros também é diferenciado;
- As mulheres são constantemente desacreditadas em suas falas;
- A fragilidade feminina ainda é levada em consideração, incluindo no ambiente de trabalho;
- Os cargos políticos são ocupados em sua grande maioria por homens brancos.
Com tantas dificuldades, temos um cenário fortemente marcado pela desigualdade de gênero e isso pode ser observado não só hoje em dia, mas também pela demora em certas conquistas das mulheres. O direito ao voto só foi concebido à população feminina brasileira em 1932, por exemplo. E, claro, isso só após várias mulheres terem lutado por anos e anos.
Para entender ainda mais sobre o patriarcado e como ele está presente em nossa sociedade, veja quando essas conquistas comuns foram alcançadas pelas mulheres. Faça o quiz do Purebreak e teste seus conhecimentos sobre a trajetória de direitos das mulheres na história.